quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Ao lado do Bruno Cochat


Estou 100% solidário com o meu amigo e coreógrafo Bruno Cochat que foi despedido na semana passada da Companhia Nacional de Bailado e viu ainda canceladas as restantes apresentações do espectáculo "Uma história da dança" que concebeu para essa companhia.
A forma como tudo se processou foi ao estilo de Donald Trump: uma decisão repentina, inesperada, impulsiva, sem justificação, nada. Porque sim.
Temos tendência a associar as instituições que se dedicam à criação e divulgação artísticas a espaços de democracia, inovação, tolerância, abertura, mas pelo que se vê, não é o caso da CNB.
Convém lembrar que a CNB é uma instituição pública, gerida com dinheiro dos contribuintes. Provavelmente goza de algum estatuto especial desconhecido do cidadão comum para se poder dar ao luxo de despedir e interromper produções desta maneira*.
Gostava imenso de saber quais os montantes implicados e desperdiçados com estas decisões de cancelar espectáculos a meio e já agora, quanto custa em média uma produção da CNB. Alguém sabe?
Mas esta manifestações de arrogância e insensibilidade da CNB revelam acima de tudo, podridão.
E, tal como tenho esperança que o Donald Trump seja despejado, acho que a CNB, por este caminho, vai perder em todas as frentes: credibilidade, público, interesse.
Força Bruno Cochat neste momento difícil! (e para todos os outros lesados com isto, destacando as 10 crianças que faziam parte do elenco e os músicos).

* Acabei de consultar um artigo do DN onde fiquei a saber que no orçamento de estado para a cultura 2017 "o organismo que regista maior aumento de verbas para despesa é o Opart - Organismo de Produção Artística, que engloba a Companhia Nacional de Bailado e o Teatro Nacional de São Carlos, com 23,4 milhões de euros, mais 4,1 milhões de euros do que o estipulado na proposta de OE para 2016". Deve ter sido este reforço que deixou a CNB mais à vontade para fazer destas...





9 comentários:

  1. Estamos todos ao lado do Bruno. Eu tinha bilhete para dia 8 de Abril e quando recebi o aviso a dizer que me tinham devolvido o dinheiro, escrevi para a CNB a pedir uma explicação das "razões técnicas" alegadas para o cancelamento de um espectáculo a mais de um mês de distância. Escusado será dizer que, até agora, ainda não recebi qualquer resposta...

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  2. A falta de sensibilidade de algumas pessoas é de uma dimensão sem limites.Prof.Bruno um beijinho.

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  3. Estamos todos ao lado do Bruno, pelo seu profissionalismo e dedicação e acima de tudo por ter sido da maneira que foi. Não se trata assim das pessoas, sem o mínimo de escrúpulos, sem qualquer sentido de humanidade e responsabilidade. Estão em causa os espectáculos, as aulas prestadas pelo Bruno naquela instituição e para isso basta ver a desilusão e tristeza das crianças que sem elas ficaram. Não me parece nem justo, nem humano. Já pedi esclarecimentos junto da CNB, claro que não os tinham para me dar. Força Bruno, estamos contigo!

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  4. Vi, há pouco dias (21/01), com a minha filha de 8 anos "E se tudo fosse Amarelo?" no Teatro Camões! Adorei, adorámos!!! Um espectáculo inesperado, de grande qualidade, emoção, inovação!!! Estou chocada!!!

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  5. Acho vergonhosa a forma como o Bruno Cochat foi tratado pela CNB. Conheço-o e sei do seu empenho e dedicação absoluta aos projectos, não é admissível que ele seja tratado como um pedaço de papel que se amarrota e deita ao lixo. Será que neste país as instituições já se esqueceram por completo que é com seres humanos que lidam?

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  6. Alguém pode explicar exactamente o q aconteceu? Ou não ha explicação.

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  7. Adorei o e se tudo fosse amarelo. Muito bom o trabalho do Bruno com os miúdos. Fico solidária e será fundamental que a explicação para tudo o que se passou fosse clara!

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