domingo, 27 de maio de 2012

Costa da Caparica, Festival Sementes

Sexta-feira, dia 25, fizemos as histórias magnéticas em versão concerto (Dom Quixote + Enquanto o meu cabelo crescia) no âmbito do Festival Sementes - mostra internacional de artes para o pequeno público. Aconteceu num cinema escondido dentro de um shopping dos anos 70 na Costa da Caparica. Um cinema que estava fechado à 12 anos e que desde Março passado é programado pela associação cultural Gandaia. Apresentam cinema, música, teatro e assossiaram-se ao Teatro Extremo de Almada. O espaço ainda cheira a mofo, fica bastante fora de mão e não me parece que haja muita tradição de espaços culturais na Costa da Caparica...  Não é,  por tudo isto, um espaço muito convidativo. Pois não. Mas é quentinho, tem excelente acústica, boas cadeiras de napa, boa visibilidade e um palco suficientemente grande para pequenos grupos. E tem lá dentro o Rui, que é técnico de som, já foi baterista e que nos fez um som lindo (e luzes). Trabalha com toda a calma e dedicação. No fim, ainda nos ofereceu uma gravação impecável do concerto! As crianças apareceram, o espectáculo começou e o espaço transformou-se noutro: acolhedor e perfeito para as histórias magnéticas. Não sei se a associação Gandaia vai ou não conseguir agarrar algum público e manter a programação deste cinema de shopping, mas espero que sim. Sempre senti uma enorme atracção por espaços desenterrados do nada. Este país está cheio deles e deviam ser todos ocupados, reproduzir este exemplo e encherem-se de vida. O que é que estão à espera, associações culturais, companhias, programadores solitários, gestores culturais sem espaço? ataquem!

s.p.

Covilhã, Festival Y (2)

Eis os desenhos dos alunos do Conservatório Regional de Música da Covilhã: "Antes e depois"(de passar pelo Salão da Mila). Transformações milaborantes.


























quinta-feira, 24 de maio de 2012

Covilhã, Festival Y (1)



Se esquecerem a mão, o pente e a tesoura, o que é que vêm? "esparguete, caminhos, estradas, cascatas, água, mar, ondas..." responderam os alunos do Conservatório Regional de Música da Covilhã perante esta ilustração da Madalena Matoso. E eu expliquei-lhes que foi precisamente a ideia de ondas que determinou o ritmo base da banda-sonora ao qual a Isabel juntou o som das tesouras a cortar. Um ritmo regular de três tempos e o ritmo imprevisível das tesouradas, inesperadamente juntos. Foi o princípio da nossa composição musical. Fomos então à pesca de outros sons dentro da história e fizemos uma orquestra com eles. A isabel foi a maestrina, com partitura e tudo, as crianças fizeram os sons com a voz e o corpo. Sons de secadores, vozes, sprays, tesouras, passos, adquiriram outra tonalidade sobre os acordes de guitarra. É sempre um momento alto no atelier!
Foi assim nos dias 21 e 22, no Festival Y, um projecto que já vai na décima edição e que continua a programar sem fazer concessões comerciais ou outras. Parabéns a todos os que o organizam e que nele trabalham! Obrigado Rui, Pedro e Celina. E também ao Teatro das Beiras pelo forma como estima o espaço lindo que detém.

s.p. 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Estarreja

Apresentámos ontem à tarde (para o público em geral) e hoje de manhã (para escolas) o "Enquanto o meu cabelo crescia" no cine-teatro de Estarreja. Um teatro que conhecia de outros tempos, abandonado, a cair aos bocados. Foi entretanto recuperado, como tantos outros teatros nacionais, e ficou como novo, lindo.  Encontrámos uma equipa técnica de excelência (obrigado Hugo, obrigado Zé, obrigado a todos!) e uma programação que não se rege apenas pelo número de espectadores. Parabéns Fátima Alçada!
Os desenhos abaixo foram feitos pelo Carmo e pela Luísa, duas amigas harpistas que vieram de Aveiro para assistir às histórias magnéticas e que contribuíram imenso para que o atelier fosse tão divertido.

s.p.




INACREDITAVELMENTE,  TODO O INVESTIMENTO TÃO IMPORTANTE QUE FOI FEITO NA RECUPERAÇÃO E REABERTURA DOS CINE-TEATROS LOCAIS ESTÁ EM RISCO (E O CINE-TEATRO DE ESTARREJA NÃO É EXCEPÇÃO)  PORQUE OS GOVERNANTES EM PORTUGAL AINDA NÃO PERCEBERAM  QUE É VITAL PARA O DESENVOLVIMENTO DAS REGIÕES E DO PAÍS (A TODOS OS NÍVEIS),  MANTER A REDE DE CINE-TEATROS A FUNCIONAR E GARANTIR  CONDIÇÕES PARA QUE ESSES ESPAÇOS POSSAM APRESENTAR UMA  PROGRAMAÇÃO SÉRIA - AS POPULAÇÕES PRECISAM E MERECEM!