domingo, 26 de fevereiro de 2017

PORQUÊ?


Estive no protesto em frente ao Teatro Camões pela reposição imediata do espetáculo "1 HD - uma história da dança" do Bruno Cochat. Estavam muitas pessoas, entre crianças, pais, artistas, amigos. Foi uma oportunidade para nos encontramos frente a frente, conhecermo-nos, conversar e verificar que todos continuamos a fazer a mesma pergunta: PORQUÊ? Ninguém se contenta com as respostas vazias dos comunicados oficiais da OPART e da CNB.

Durante o protesto, o diretor da CNB, recebeu o Bruno Cochat, duas das crianças despedidas, uma mãe, uma professora da Escola da Voz do Operário e Sílvia Real do Centro de Formação Artística/Teatro da Voz. À saída, o Bruno informou todos os que estavam cá fora que, para além do primeiro pedido de desculpas e reconhecimento de que a CNB tinha falhado na comunicação com ele e com as crianças, Paulo Ribeiro afirmou que estava fora de questão a reposição da peça por questões financeiras. Disse que cada apresentação da peça custa quase tanto como uma reposição porque, em termos de calendário, colide com as outras peças da companhia em digressão e isso implica a contratação de uma segunda equipa técnica, o que é inviável.

Qualquer pessoa sabe que para cancelar um espectáculo é preciso um motivo absolutamente incontornável, de força maior.  Qualquer artista odeia cancelar um espectáculo. Qualquer teatro faz tudo o que pode para o evitar, sempre. É uma questão de brio profissional, de respeito pelo público, pelo palco.

PORQUÊ esta recusa inflexível da direção da CNB que primeiro despediu e cancelou e só depois procurou encontrar justificações que começaram por ser de ordem técnica, depois de calendarização e agora já são financeiras.

Não souberam fazer as contas? "e as receitas da bilheteira se os restantes espetáculos se realizassem?" perguntou uma criança. Não ajudariam a suportar essas despesas de contratação da tal segunda equipa técnica que se esqueceram de contabilizar? E não se podiam procurar outras datas? Uma alternativa? (como foi proposto pelos representantes do movimento de contestação na reunião com Paulo Ribeiro) Segurar e defender este espetáculo como compete a qualquer direção empenhada e responsável?
NÃO. A decisão foi taxativa: deitar tudo por terra: despedir Bruno Cochat e cancelar as restantes apresentações.

PORQUÊ? 

ASSINE AQUI A PETIÇÃO PÚBLICA EM APOIO A BRUNO COCHAT E PELA REPOSIÇÃO DO ESPETÁCULO  "1 HD - UMA HISTÓRIA DA DANÇA"


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Petição em apoio a Bruno Cochat


Já se pode assinar a petição em apoio ao Bruno Cochat e a exigir a reposição do espectáculo "1 HD - Uma História da Dança". AQUI


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Protesto


Concentração em frente ao Teatro Camões
Quinta-Feira, 23 às 20h


- Pela reposição imediata do espetáculo "1HD - Uma história da Dança" que foi cancelado pela direção da Companhia Nacional de Bailado (CNB) sem qualquer aviso ao seu autor - Bruno Cochat - e ignorando completamente as 10 crianças da Escola "A Voz do Operário" que faziam parte do elenco.
- Em solidariedade com o coreógrafo Bruno Cochat, inesperada e injustamente despedido pela CNB, e com as 10 crianças que participavam no espectáculo.
- De condenação à política despesista da CNB, uma instituição pública gerida pela OPART, que se dá ao luxo de cancelar as futuras apresentações de uma produção que custou 68.000 Euros.
- Contra o comportamento prepotente, lacónico e irresponsável demonstrado pela direção da CNB desde o princípio.


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Ao lado do Bruno Cochat (2)


O comunicado emitido pela OPART (entretanto divulgado nos jornais) em resposta à carta aberta do Bruno Cochat parece escrito por um robot. Não parece dirigido a humanos. Estão a falar para quem? É que consegue não esclarecer rigorosamente nada e só está mesmo em perfeita sintonia com o silêncio da direção da CNB.
Os milhares de pessoas (bailarinos, músicos e artistas profissionais de todas as áreas, entidades culturais de vária ordem e pontos do país, alunos e ex-alunos, pais, espectadores, entre muitos outros) que desde ontem têm manifestado nas redes sociais a sua indignação e perplexidade perante o que aconteceu, comprovam, por um lado (se alguém ainda tinha dúvidas), a importância e dimensão do trabalho do Bruno Cochat e obriga, por outro,  a um esclarecimento sério, ao contrário destes "comunicados" que são Tratados sobre como dizer nada em muitas palavras e ainda mais desconsideração para cima do Bruno Cochat e para cima do sector.  Acho que chegou a altura do Ministério da Cultura se pronunciar.
Um abraço Bruno!





quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Ao lado do Bruno Cochat


Estou 100% solidário com o meu amigo e coreógrafo Bruno Cochat que foi despedido na semana passada da Companhia Nacional de Bailado e viu ainda canceladas as restantes apresentações do espectáculo "Uma história da dança" que concebeu para essa companhia.
A forma como tudo se processou foi ao estilo de Donald Trump: uma decisão repentina, inesperada, impulsiva, sem justificação, nada. Porque sim.
Temos tendência a associar as instituições que se dedicam à criação e divulgação artísticas a espaços de democracia, inovação, tolerância, abertura, mas pelo que se vê, não é o caso da CNB.
Convém lembrar que a CNB é uma instituição pública, gerida com dinheiro dos contribuintes. Provavelmente goza de algum estatuto especial desconhecido do cidadão comum para se poder dar ao luxo de despedir e interromper produções desta maneira*.
Gostava imenso de saber quais os montantes implicados e desperdiçados com estas decisões de cancelar espectáculos a meio e já agora, quanto custa em média uma produção da CNB. Alguém sabe?
Mas esta manifestações de arrogância e insensibilidade da CNB revelam acima de tudo, podridão.
E, tal como tenho esperança que o Donald Trump seja despejado, acho que a CNB, por este caminho, vai perder em todas as frentes: credibilidade, público, interesse.
Força Bruno Cochat neste momento difícil! (e para todos os outros lesados com isto, destacando as 10 crianças que faziam parte do elenco e os músicos).

* Acabei de consultar um artigo do DN onde fiquei a saber que no orçamento de estado para a cultura 2017 "o organismo que regista maior aumento de verbas para despesa é o Opart - Organismo de Produção Artística, que engloba a Companhia Nacional de Bailado e o Teatro Nacional de São Carlos, com 23,4 milhões de euros, mais 4,1 milhões de euros do que o estipulado na proposta de OE para 2016". Deve ter sido este reforço que deixou a CNB mais à vontade para fazer destas...





domingo, 12 de fevereiro de 2017

Os livros são música


Numa entrevista ao jornal Público (10.02.2017), quando questionado sobre a quantidade de referências sonoras no seu último romance, Paul Auster respondeu:
"Mas os livros são música. Todo o sentido e todo o prazer vem da música."
Eu também acho que os livros são música. Ler um livro bem escrito é uma experiência musical.