domingo, 24 de maio de 2020

30 milhões

Na sua intervenção em Coimbra, o primeiro-ministro limitou-se a sugerir que estes 30 milhões de euros servirão para que “os municípios, que são dos maiores investidores na cultura do nosso país, possam dispor de condições” para realizar “espectáculos musicais, por exemplo, quer ao ar livre, quer em espaço coberto”.  (Jornal Público, 22 de Maio)

Uma decisão que confirma o profundo desconhecimento e alheamento do tecido cultural português real: O Dr.Costa e a Dra.Graça não ouviram nada do que os artistas, técnicos e tantos outros profissionais do sector têm andado a dizer, alto e bom som e a uma só voz, sobre a situação que estão a atravessar.
Esta medida avulso não nos engana. 
Pretende calar-nos e pretende desvalorizar na opinião pública o que se tem revelado e ficado a conhecer sobre a precariedade eterna em que vivem milhares de profissionais, agora numa situação pior do que nunca: fome, em muitos casos.
Não ficam a restar dúvidas de que para o governo o principal objectivo da actividade cultural é só um: entreter. Não foi difícil desbloquear 30 milhões para garantir que, mesmo sem se conhecerem as condições de apresentação ou os critérios de programação, os municípios possam garantir a realização dos tais espectáculos musicais para distrair e alegrar os portugueses no meio da pandemia. E assim, com esta jogada politica sinistra, prevalece a lógica do costume - a lógica TV FEST (só o nome arrepiava) - e fica tudo na mesma para os precários (do costume). 

quinta-feira, 21 de maio de 2020

sábado, 9 de maio de 2020

GDA!


As Histórias Magnéticas foram apoiadas pela GDA - Gestão dos Direitos do Artistas - para a criação da nova história "Não se deixem enganar, um conto panfletário de 2019"!

Neste momento tão difícil e de tantas incertezas para o sector da cultura, esta notícia é obviamente muito importante para nós porque, antes do mais, permite-nos manter a equipa completa, não prescindir de ninguém e continuar à procura de soluções e adaptações aos tempos diferentes que estamos a viver.

As Histórias Magnéticas envolvem poucas pessoas, é um projecto com poucas exigências técnicas nos seus espectáculos, concebido e preparado para ser apresentado principalmente em locais não convencionais - bibliotecas, escolas, centros recreativos, etc - e por isso, apesar de não sabermos ainda como vão acontecer as apresentações ao vivo, é relativamente mais fácil adaptarmo-nos, esperamos que por pouco tempo, a outros formatos de apresentação: filme ou streaming, por exemplo.

É o que vai acontecer com a estreia da nova história que será em vídeo e inserida, como estava previsto, na programação do Lu-ca - Teatro Luís de Camões, em Lisboa no próximo dia 1 de Junho.

É notável o papel que a GDA assumiu no sector da criação artística em Portugal, apoiando os artistas e intérpretes com uma consistência sem paralelo e a todos os níveis. É exemplar a forma como neste momento de grande dificuldade, a GDA se desdobra em iniciativas para procurar minimizar os danos da pandemia no sector da cultura. Quase todos os dias recebo mensagens da GDA com esclarecimentos, notícias importantes e novos apoios à classe.

Bem diferente do que se observa na Sociedade Portuguesa de Autores, empresa da qual me dissociei há muito tempo atrás em profunda divergência e cujo silêncio no que toca à situação presente é ensurdecedor, limitando-se neste momento a incentivar ou melhor, distrair e entreter os autores com nova poesia do seu director... enfim, a SPA  igual a si mesma.