terça-feira, 24 de abril de 2012

Vila Viçosa

Estivemos ontem em Vila Viçosa (23.04) com "O meu primeiro Dom Quixote" no cine-teatro Florbela Espanca. Apesar da enorme simpatia dos dois funcionários que nos acompanharam, o estado de manutenção e o equipamento deste espaço deixam muito a desejar e acabámos por decidir contar a história ao nível da plateia, à frente do palco, apenas com a iluminação geral da sala. As coisas pareciam não estar a jogar muito a nossa favor, mas... quando comecei a tocar, senti imediatamente que as crianças estavam totalmente connosco, a ouvir com toda a atenção e isso é o melhor que pode acontecer. Uma professora comentou no final que os alunos mais rebeldes tinham aderido "inexplicavelmente"... o atelier que se seguiu foi um momento fantástico com observações inteligentíssimas de todos acerca da história e também  sobre a nossa forma de a contar. Fiquei muito contente porque ao longo de três anos de histórias magnéticas, estou a dar força à teoria de que as crianças estão mais do que disponíveis para assistirem a espectáculos que não cumprem nenhum dos requisitos que estupidamente se exigem a um espectáculo para crianças: o ritmo não pode ser muito lento, deve apoiar-se numa pulsação regular e preferencialmente de divisão binária, tudo tem que ser muito bem explicado e "infantilizado", cores vivas, luzes e sons fortes. Isso só é verdade para quem acha que as crianças são burras. Sem dúvida que elas gostam de se divertir, mas gostam sobretudo que as tratem como seres que pensam (para variar...).

s.p.

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