A Escola precisa há muito de ser renovada. No actual sistema, os alunos são preparados para passar de ano e para conseguir uma média final que lhes permita entrar num curso e se não for aquele que imaginavam, paciência. Nas reuniões escolares entre encarregados de educação e professores, passam-se horas a discutir coisas como a segurança na escola e o acesso à faculdade. Pouco mais parece interessar. Este é o ponto em que estamos.
A disciplina de Cidadania e Desenvolvimento pode e deve ajudar, entre muitas outras coisas, a dar aos alunos o espírito critico que, no presente estado de coisas, a escola e a sociedade lhes vai apagando.
Sim, cria-se o “risco” de eles pensarem e escolherem pelas suas próprias cabeças, de passarem a ser cidadãos informados e participativos e, claro, incómodos (para a ordem estabelecida).
É perante esta possibilidade que reagiu um grupo de personalidades portuguesas muito conservadoras e até escreveu um manifesto. São pais, mães, bispos e cardeais que representam a resistência à dessacralização de valores que, por exemplo, silenciam, isolam e descriminam adolescentes LGBTI e transforma o seu desenvolvimento numa experiência infernal que em tantos casos, conduz ao suicídio.
Defendendo precisamente o contrário - que o lugar da educação sexual ou dos direitos humanos é na escola e não na família - agradeço no entanto a reação pública deste grupo de cidadãs e cidadãos que só veio confirmar a importância da matéria e a sua inquestionável permanência num currículo escolar actual, como disciplina obrigatória, mais do que nunca!
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