quinta-feira, 29 de abril de 2021

ZUM TRIO


 

ZUM

A proposta deste trio é ficar nesses sons que andam por ali antes das palavras, antes da ideia ganhar forma, indefinidos, deixando o caminho aberto.

A poesia é o ZUMbido

constante nos meus ouvidos 

ali, por traduzir

sempre a correr

é uma amálgama sonora

uma pasta imaterial

sem lingua


(Lisboa, 18.02.2018)









 

segunda-feira, 26 de abril de 2021

HM na Casa Fernando Pessoa (2)

 Foi assim na casa Fernando Pessoa no passado sábado, véspera do aniversário do 25 de Abril de 74.

Obrigado a todos os que apareceram! Foi muito bom conhecer-vos e celebrarmos juntos a revolução a partir da história que vos contámos. 

Em Maio regressamos aqui com um programa dedicado à escritora Alice Vieira. Estejam atentos.












quarta-feira, 21 de abril de 2021

HM no Teatro da Voz em Lisboa





Regressámos hoje ao Teatro da Voz para fazer "Não se deixem enganar! - um conto panfletário de 2019" para uma turma do 4ºano da Escola do Castelo, orientada pela professora Alcina (obrigado professora pela sua colaboração, atenção em toda a sessão e excelentes ideias que vamos guardar para próximas sessões!) 

Foi tão bom estar outra vez com as crianças à nossa frente, fazer o nosso trabalho no contexto para o qual foi idealizado. Enquanto aguardávamos no camarim pelo sinal para entrarmos em cena, eu e a Isabel sentimos uma enorme emoção quanto ouvimos as vozes deles a entrar na sala. "Estamos todos de volta! Vamos a isso!", pensámos ao mesmo tempo.

É ainda mais especial fazer esta história na semana em que se comemora o 25 de Abril de 74. Fazer parte activa da celebração dessa data. 

Pela reacção de todos, acho que a mensagem passou: "a liberdade é uma luta constante", como disse a activista Angela Davis, aliás uma frase pintada em letras grossas na escada deste Teatro. Em Portugal, muitos lutaram para que a revolução acontecesse mas as gerações seguintes não se podem iludir com o que foi conquistado e achar que todas as liberdades estão agora garantidas.

E por isso é importante contar histórias do antes do 25 de Abril e dos traumas e consequências terríveis que os 48 anos de ditadura tiveram na população e no desenvolvimento do país. Não apagar, não esquecer, enfrentar.

A história que contamos é uma delas. E, como comentou a professora auxiliar no fim, "estas são as histórias que ninguém conta". 

Durante o atelier, uma das alunas mais intervenientes descreveu desta forma brilhante o ambiente do país durante o fascismo: "só havia liberdade para cheirar!"

Falou-se muito de traumas e dos medos mas também da coragem. A coragem de todos os que nunca desistiram de enfrentar e desafiar a ordem imposta pelo regime quer fosse através da acção política, da arte ou simplesmente alguém que assumisse publicamente "eu sou gay". 

Muito obrigado a todos! Até à próxima!






 

domingo, 18 de abril de 2021

HM na Casa Fernando Pessoa em Lisboa


No próximo sábado, 24 de Abril, pelas 11h, vamos regressar à Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, para a história “Não se deixem enganar! - um conto panfletário de 2019”.

É um previlégio poder comemorar a revolução de 25 de Abril de 1974 com esta história sobre a Liberdade e a sua fragilidade. É ainda melhor poder fazê-lo presencialmente agora que as coisas parecem estar a melhorar quanto à pandemia. Estamos cheios de saudades da presença do público e das crianças, sem ser através dum ecrã. E por isso, adaptámos o nosso atelier, abolimos o recurso aos computadores e ao multimedia, tão fartos que estamos todos de zooms, classrooms e afins e encontrámos uma alternativa bem mais orgânica e menos digital (garantido todos os cuidados impostos pela pandemia, claro). Vamos ter bastantes surpresas!


(No dia 24 de Abril de 1974, pelas 21h, estava com a minha mãe a passear numa feira de antiguidades na antiga FIL de Lisboa e quando íamos a sair, entrou o Almirante Américo Tomás - Presidente da República - com a farda branca da Marinha, em grande pompa, rodeado por uma comitiva enorme e vários fotógrafos em acção. A minha mãe ficou logo mal disposta e acelerámos o passo para o exterior. 


Mal sabíamos nós - e o Almirante ainda menos! - que daí a poucas horas tudo iria mudar em Portugal. Na manhã seguinte, estávamos na rua a comemorar a revolução tão ansiada, a Liberdade, o fim da ditadura e a gritar com toda a força: FASCISMO NUNCA MAIS!. O Almirante exilou-se no Brasil.)