Na sua intervenção em Coimbra, o primeiro-ministro limitou-se a sugerir que estes 30 milhões de euros servirão para que “os municípios, que são dos maiores investidores na cultura do nosso país, possam dispor de condições” para realizar “espectáculos musicais, por exemplo, quer ao ar livre, quer em espaço coberto”. (Jornal Público, 22 de Maio)
Uma decisão que confirma o profundo desconhecimento e alheamento do tecido cultural português real: O Dr.Costa e a Dra.Graça não ouviram nada do que os artistas, técnicos e tantos outros profissionais do sector têm andado a dizer, alto e bom som e a uma só voz, sobre a situação que estão a atravessar.
Esta medida avulso não nos engana.
Pretende calar-nos e pretende desvalorizar na opinião pública o que se tem revelado e ficado a conhecer sobre a precariedade eterna em que vivem milhares de profissionais, agora numa situação pior do que nunca: fome, em muitos casos.
Não ficam a restar dúvidas de que para o governo o principal objectivo da actividade cultural é só um: entreter. Não foi difícil desbloquear 30 milhões para garantir que, mesmo sem se conhecerem as condições de apresentação ou os critérios de programação, os municípios possam garantir a realização dos tais espectáculos musicais para distrair e alegrar os portugueses no meio da pandemia. E assim, com esta jogada politica sinistra, prevalece a lógica do costume - a lógica TV FEST (só o nome arrepiava) - e fica tudo na mesma para os precários (do costume).
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