Nada mais nada menos do que o presidente da republica, o primeiro-ministro, o presidente da assembleia da republica, o presidente da câmara municipal de Lisboa e o presidente da federação portuguesa de futebol para nos anunciar, em pose oficial, que a fase final da liga dos campeões de futebol vai acontecer em Lisboa em Agosto.
Será possível um retrato mais deprimente de um país do que este, perante tudo o que Portugal e o mundo estão a atravessar?
Se alguém se lembra, o regresso da bola desconfinou com adeptos a agredirem jogadores e a partirem tudo o que lhes aparecia à frente. À TV, voltaram os inúmeros programas com especialistas que não fazem mais nada a não ser insultarem-se uns aos outros em directo durante horas intermináveis (99% são homens, como deve ser para se discutir bola a sério, sem as mulheres por perto), continuam os escândalos na gestão e falta de transparência nas contas dos grandes clubes, o tráfico de jogadores é uma realidade e por aí fora até ao enjôo.
Mas aqui temos cinco ilustres dirigentes, três dos quais nos mais altos cargos da nação (só faltaram os representantes das forças armadas e da igreja), a dar cobertura a este desporto do qual não sobra nada a não ser violência, corrupção, ganância, racismo, vandalismo e machismo e altamente inchados por termos sido os eleitos para apresentar esta “grandiosa” final no meio de uma pandemia mundial.
Doeu ver.
(a foto é do jornal Público)
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