quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Parabéns à Associação de Estudantes da Escola de Música do Conservatório Nacional


A Associação de estudantes da EMCN dirigida por Raquel Alves, está de parabéns.

No dia 25, e com toda a razão, mobilizaram os colegas e fecharam a cadeado as portas da escola como forma de protesto contra o estado de degradação a que chegaram as instalações do edifício.

Tentaram desta forma pressionar o ministério a fazer alguma coisa pela escola depois de uma vistoria da C.M.L ter obrigado ao encerramento de 10 salas de aula. As televisões, rádios e jornais compareceram em peso e hoje, depois de mais uma reunião com a direcção da escola, a DGeste (Direcção Geral dos Estabelecimentos Escolares) confirmou que avança com o dinheiro para a reparação destas salas (e outras) e ainda do pátio.

Muitos pais colocaram-se ao lado dos filhos nesta luta e arranjaram maneira de ficar ali com eles. Eu fui um deles, totalmente contagiado pela energia destes estudantes, na sua maioria menores de idade, tão bem organizados e determinados. Não arredaram pé e deram-nos uma lição de cidadania e civismo.

Por isso, acho que eles mereciam muito mais!

Hoje, depois de almoço, chegou a notícia pela boca da directora do Conservatório de que a escola estava de novo aberta, depois das garantias dadas pela Dgeste.

A mim soube-me a pouco: não se conseguiria uma reunião com o Sr. Ministro? Não sei, mas acho que estes alunos mereciam mais e queriam que fossem feitas obras de fundo na escola e não apenas as reparações mais urgentes. Penso que eles agiram com esta dedicação e eficácia porque adoram a sua escola e não se esquecem que o Conservatório Nacional de Lisboa é um símbolo central na história da música do país e por isso não chegam umas muletas só para se aguentar mais uns tempos de pé.

No início dos protestos, tiveram o cuidado de dizer bem alto ao megafone que se tivessem de sair dali por motivos de obras, era ali que iam regressar, deixando claro que nunca aceitariam outro espaço que não o edifício histórico do bairro alto, inaugurado há 180 anos para conservar o ensino da música.

Não se terá perdido uma grande oportunidade para despertar a sério a atenção para o Conservatório? Para pôr o país todo a olhar para a forma como se trata o ensino artístico em Portugal? Para dar um belo exemplo?





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