segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Viana do Alentejo 3
Voltámos a Viana do Alentejo para apresentar "O meu primeiro Dom Quixote" integrado numa semana dedicada ao público sénior. Mais uma vez, fiquei impressionado com a adesão e receptividade dos presentes. Todos visitam o teatro regularmente como espectadores mas também como participantes nas várias actividades de formação que ali decorrem. Falaram com enorme entusiasmo das peças de teatro em que já entraram, por exemplo. No fim, não resisti a perguntar ao Nuno (um dos técnicos do teatro) se aquele sítio é mesmo um local especial na vila. E ele, já a preparar o palco para o espectáculo desta noite, confirmou que sim: o teatro não pára, está sempre ocupado, as portas estão sempre abertas para todos. E não se pense que é um espaço degradado por isso. Pelo contrário. Está tudo impecavelmente conservado e cuidado. Quanto ao "Dom Quixote", saiu-nos bem e a conversa com o público começou sobre como é bom ouvir e contar histórias. Histórias conhecidas ou inventadas. Para novos ou velhos. Antigamente era à lareira. Alguém tinha um tio especialista que encantava todas as crianças. E concordámos que a TV e os jogos electrónicos são outra coisa. Não afectam o poder de uma história bem contada. Aqui, todos conheciam Dom Quixote e Sancho Pança e salientou-se a ligação profunda entre os dois, descrita como complementar, em que o primeiro simboliza o ar e o segundo a terra. Regressámos a Lisboa satisfeitos e, durante a viagem, deixámo-nos deslumbrar outra vez com a beleza da paisagem do Alentejo que resiste à invasão de "monos" arquitectónicos e lixo nas bermas da estrada.
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