Dia mundial da criança. Estivemos presentes nas comemorações em Odivelas no âmbito do festival Gepeto (de arte para crianças) num jardim ao ar livre, onde imperava o escorrega insuflável e a falta de imaginação. Incomoda-me ver as crianças tratadas como um rebanho de seres a entreter e a passar mais um tempo distraídas. É que as crianças sabem muito bem diferenciar a qualidade da atenção que lhes é dispensada. Não se pense o contrário. E é por isso que é tão bom e extremamente exigente trabalhar com elas e para elas. Lembrei-me, por oposição, do Festival Serralves em Festa, no Porto, um festival para as massas, com centenas de espectáculos de rua para os mais novos e que não descura por um segundo o respeito pela sensibilidade das crianças. Não me estou a referir aos espectáculos em si - são todos muito diferentes - estou a falar apenas do conceito, da forma de apresentar as coisas que revela um cuidado e empenhamento totais.
E chegada a nossa hora, depois de um mini sound-check surrealista, começámos o Dom Quixote (seguido de Enquanto o meu cabelo crescia) com a sensação de que nos estávamos a atirar de um avião sem pára-quedas... mas apesar do mau som, do vento e do sol de chapa, conseguimos aterrar bem! A história e música foram mais fortes e no fim, as crianças estavam satisfeitas. Mas não chega. Porque podiam ter ficado plenamente satisfeitas, mas esse, infelizmente, não era o objectivo destas comemorações.
s.p.
Sem comentários:
Enviar um comentário